Ouvi pela primeira vez uma adaptação desta história há uns 2 anos, partilhada pela Mikaela Övén.
Gostei tanto que procurei o livro, mas não encontrei uma versão em português do original da Audrey Penn. Então encontrei no youtube a versão original da história, contada pela Barbara Bain. O meu filho parece o guaxinim desta história, o ano inteiro. Não é que ele não goste do jardim de infância... ele gosta mais é de ficar em casa, com a Mamã. Depois de um mês de férias, apesar de mencionar que tinha saudades dos amigos da escola, dizia que queria ficar em casa. Como sabia que ia ter mudanças (ia mudar de educadora, a turma ia ser dividida e ia deixar de estar com muitos dos seus amigos, a irmã já não ia para a mesma escola...) contei-lhe esta história para apaziguar a ansiedade dele (e a minha, porque custa-me um bocadinho ouvi-lo dizer que quer ficar em casa comigo). No 1º dia que o deixei no jardim de infância, dei-lhe um beijinho na palma de cada mão. Ele pareceu-me ficar bem, a brincar. No final do dia, quando o fui buscar, perguntei-lhe como se tinha sentido e disse-me que tinha estado bem, que tinha brincado... No dia seguinte voltei a repetir o presente da palma das mãos. À tarde queixou-se que tinha perdido os beijinhos. Prometi que no dia seguinte lhe ia dar muitos para não perder. E assim foi. Voltou a confirmar-me que usou os beijinhos. E assim tem sido a nossa rotina antes de o deixar no jardim de infância ou com quem o deixa no jardim de infância naquele dia. Agora ele também que quer deixar os beijinhos dele para eu não sentir falta dele e quer receber também beijinhos do pai e da irmã na mão dele. Ontem disse-me que recebeu na sala uma amiga nova. E que ela chorou tanto por não ter a sua mãe que ele ficou com dor de ouvidos. Comentou: - Acho que a mãe dela não lhe deu beijinhos na mão para ela não ter saudades!... Todas as crianças são diferentes, reagem de forma diferente. Deixo-vos esta 'ferramenta' que talvez possam usar para ajudarem as vossas crianças a lidar com a ansiedade (especialmente para aquelas que entram na escola pela primeira vez, experimentam um novo ciclo ou algum tipo de mudança). Bom ano letivo para todas as crianças e para as suas famílias... ☆ Kids Coaching (Método KidCoaching®) ☆ Coaching Parental ☆ Educação Emocional ☆ Workshops de Parentalidade Consciente ☆ Rodas de Pais Marca a tua sessão: ☞ [email protected] ☞ 918863580 ☆ Sessões Presenciais ou Online ☆
A Mão que Beija, por Audrey Penn
O guaxinim Chester parou do lado de fora da floresta e chorou: - Eu não quero ir para a escola! - disse ele à mãe - Eu quero ficar em casa contigo. Quero brincar com os meus amigos. E brincar com os meus brinquedos. E ler os meus livros. E baloiçar-me no meu baloiço. Por favor, posso ficar em casa contigo?” A sra. Guaxinim pegou Chester pela mão e falou-lhe ao ouvido - Às vezes temos de fazer coisas que não queremos - disse ela gentilmente -, mesmo que pareçam estranhas e assustadoras no início. Mas vais adorar a escola, assim que começar. Vais fazer novos amigos. E brincar com brinquedos novos. E ler livros novos. E baloiçar-te em baloiços novos. Além disso, - acrescentou - eu conheço um segredo maravilhoso que fará com que as tuas noites na escola pareçam tão quentes e aconchegantes quanto os teus dias em casa. Chester enxugou as lágrimas. Parecia interessado. - Um segredo? Que tipo de segredo? - Um segredo muito antigo -, disse a sra. Guaxinim - Aprendi com a minha mãe, e ela aprendeu com a dela. Chama-se A Mão que Beija… - A Mão que Beija? - Perguntou Chester - O que é isso? - Eu vou mostrar-te. A Sra. Guaxinim pegou na mão esquerda do Chester e abriu os dedos minúsculos em leque. Inclinando-se para a frente, beijou o Chester no meio da palma da mão dele. Chester sentiu o beijo da mãe percorrer a sua mão, subir pelo seu braço até ao seu coração. Até a sua máscara preta e sedosa formigava com um calor especial. A senhora Guaxinim sorriu. - Agora… - disse ela ao Chester - Agora, sempre que te sentires sozinho e precisares de um pouco de amor de casa basta encostar a tua mão na bochecha e pensar: "A Mamã ama-te. A Mamã ama-te." E esse beijo vai saltar para a tua cara e encher-te de pensamentos quentinhos. Ela pegou na mão do Chester e cuidadosamente envolveu os seus dedos à volta do beijo. - Agora, tem cuidado para não o perderes - brincou ela. - Mas não te preocupes. Quando abrires a mão e lavares a tua comida, prometo que o beijo vai ficar. Chester adorou a sua Mão que Beija. Agora ele sabia que o amor da mãe iria com ele onde quer que fosse. Mesmo para a escola. E naquela noite, Chester parou em frente à escola e ficou pensativo. De repente, viro-se para a mãe e sorriu. - Dá-me a tua mão - disse ele. Chester pegou na mão da mãe com a sua e abriu os seus dedos grandes e familiares em leque. A seguir, inclinou-se para a frente e beijou o centro da mão dela. - Agora também tens uma Mão que Beija", disse ele. E com um gentil "adeus" e "amo-te" o Chester virou-se e dançou para longe. A sra. Guaxinim assistiu Chester a atravessar o galho de uma árvore e entrar na escola. E quando a coruja tocou para a entrada no novo ano letivo, ela encostou a mão esquerda na bochecha e sorriu. O calor do beijo do Chester encheu o seu coração com palavras especiais: "o Chester ama-te", cantou. "o Chester ama-te." EU AMO-TE
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