Há dias, numa das minhas leituras de histórias antes dos meus filhos adormecerem, conheci a história "O Velho, o Rapaz e o Burro".
Esta história fez-me pensar sobre o meu percurso enquanto Mãe e numa das intenções da Parentalidade Consciente... Vou contar-vos, para perceberem o que estou a falar... Se ouvires falar, E a dar opinião… Pensa pela tua cabeça, Toma tu a decisão! Era uma vez um velho que vivia com o seu neto. Certo dia, decidiu ir até aldeia mais próxima para fazer algumas compras. Foi ter com o neto e disse-lhe: - Hoje vamos à feira. Tenho de comprar feijão, pois o saco está quase a chegar ao fim! As batatas e as verduras acabaram e já nem podemos fazer sopa! O neto, que de que adorava passear, ficou muito entusiasmado: - Que boa ideia, avô! Há tanto tempo que não vamos à aldeia! O avô preparou o burro e disse ao neto: Põe-te em cima do burrico, Vamos lá despachar! Temos que chegar depressa, Temos muito que comprar! E assim, puseram-se a caminho. Quando chegaram a passar por um campo, cruzaram-se com dois pastores velhotes, que guardavam as suas ovelhas. Um deles disse para o outro: - Ó homem, já viu bem este disparate... O rapazinho é que vai em cima do burro e o velho, que está tão fraco das pernas, é que vai a pé! O outro concordou: - Tem razão! Assim, vão demorar horas… E o velho vai ficar estafado! Mal ouviu isto, o neto olhou para o avô e disse: Venha o avô cá pra cima, Esta gente tem razão. Deixe-se de teimosias, É a melhor solução. E foi o que fizeram. O rapaz desceu do burro e o avô sentou-se confortavelmente na cela. Retomaram o caminho e, logo depois, viram um grupo de lavadeiras com a sua trouxa à cabeça. As mulheres olharam para o velho, para o rapaz e para o burro e uma delas, muito indignada, disse às outras: - Mas vocês já viram isto? Como é que é possível que este velho vá todo repimpado em cima do seu burro e que o rapazinho va a pé!? Outra das mulheres voltou-se para o velho e disse-lhe: - Você não deve estar bom da cabeça! O rapaz também tem direito de ir em cima do burro! Ajeite-se aí em cima e ponha-o aí consigo. Baralhado, o velho disse ao neto: Anda, sobe para aqui, Eu arranjo-te um lugar… Quero calar esta gente, Que só sabe reclamar! Já em cima do burro, o velho chegou-se para trás e o neto sentou-se à frente dele. Agora o avô estava mais descansado. Foram caminhando em direção à aldeia e, quando estavam quase a chegar, encontraram um camponês que não parava de olhar para os dois. O velho já estava a ficar incomodado e decidiu perguntar-lhe: - O que se passa? De do que é que precisa? Tem alguma coisa para vender, é? O camponês aproveitou e respondeu: - Coitadinho deste burro! Como é que um pobre animal pode andar com esse peso todo em cima? E novamente, o velhice o neto: Vamos descer do burrico, Que já deve estar cansado. De ouvir tanto comentário, Até eu estou estafado! De certeza que já ninguém tinha razões para reclamar. Agora o burro caminhava descansado e, a seu lado, iam o avô e o neto. Quando chegaram à feira, o velho fui surpreendido por uma vendedora, que lhe disse: - Então você tem um burro e aparece-me aqui a pé com o rapaz? Afinal para que serve o animal? O rapaz percebeu que o avô estava desesperado e decidiu apoiá-lo: Temos ouvido demais, Estou cansado desta gente! Vamos pensar só por nós! E vai ser tudo diferente! O velho agradeceu ao neto. Na verdade, ele sentia-se muito baralhado, mas achou que o rapaz estava certo: - Tens toda a razão! Se calhar, esse foi o nosso mal. Devíamos ter pensado pelas nossas cabeças e não fazer o que os outros iam dizendo… O rapaz sentiu-se mais satisfeito e perguntou ao avô: - Então, agora vamos às compras? O avô respondeu: Concerteza, meu rapaz, Temos muito para comprar. Feijão, batatas, verduras… Vem daí, vem me ajudar! Coleção: Histórias de Encantar Título da Obra: O Velho, o Rapaz e o Burro Texto: Ana Oom Editora: Zero a Oito Enquanto Mãe, já estive muito focada em encontrar soluções para os meus desafios com os meus filhos, seguindo opiniões de outras pessoas, sejam elas familiares, amigas, profissionais de saúde, educadores... E as opiniões de muitos deles eram totalmente opostas, o que me deixava muito confusa e ainda mais perdida... Certamente, todos eles tinham a melhor das intenções. Algumas das soluções que partilharam comigo fizeram-me sentido, outras não me fizeram qualquer sentido e descartei-as, e outras, mesmo não me fazendo muito sentido, pela forma como me prometiam o resultado que eu procurava fizeram-me experimentá-las... O único resultado que alcancei foi uma enorme culpa. Não cheguei ao resultado que procurava e consegui aumentar a minha confusão... A Parentalidade Consciente faz-nos um convite diferente. Além de transferir o foco da questão "como" (como é que eu vou corrigir este comportamento?) para o "porquê" (porquê que a criança está a ter este comportamento?), também me convida a sintonizar com o meu coração e perceber qual o caminho a seguir que faz sentido para mim e para a relação com a minha família (eu, os meus filhos). Convida-me a sintonizar com as minhas intenções e perceber se a solução que encontro está alinhada com essas intenções. As intenções das outras pessoas podem ser as melhores, mas são as intenções delas e não as minhas. A partir do momento que me sintonizei com as minhas intenções, com os meus valores, e acreditei que eu sei ser uma Mãe suficientemente boa para os meus filhos, deixei de importar-me com a opinião das outras pessoas em relação à forma como vivo a vida com a minha família. Não quer dizer que, às vezes, não possa procurar a opinião de algum profissional de determinada área... No entanto, mais importante do que a opinião dessa pessoa, o caminho que escolho seguir estará sempre alinhado com as minhas intenções e os meu valores enquanto Mãe... em Construção!
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E assim começo a minha jornada pela escrita... Não tenho muito para escrever, mas há muito que aprendi que o caminho faz-se caminhando, portanto umas vezes terei mais a dizer, outras menos, outras nada... E está tudo bem como está.
Senti necessidade de partilhar algumas das coisas que vêem cá de dentro e a página de Facebook torna-se curta e mais difícil de localizar o conteúdo. Daí estar a abrir também esta janela. Não tenho compromissos diários com o Blog, talvez algum compromisso com a inspiração. Se ela existir, eu comprometo-me a deixá-la fluir. Neste fluxo de inspiração irei procurar escrever textos relevantes, que estimulem a reflexão de quem por aqui passa, em áreas relacionadas com a Parentalidade e Educação. Se vos fizer sentido, podem sempre lançar-me desafios para que escreva sobre algum assunto específico. Sejam Bem-Vind@s ao Blog da Mãe em Construção. |